Vivendo em Unidade

16-10-2010 17:54

 

"Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que as ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão escritos no livro da vida." Fl 4:2,3

    A epístola aos filipenses é uma carta de gratidão e alegria do apóstolo Paulo aos crentes da cidade de Filipos. Não obstante a ênfase recair sobre os temas supracitados percebe-se que a igreja estava enfrentando problemas sério relativos a sua unidade. Paulo considera que a unidade era um dos requisitos básicos na vida cristã. Apela aos filipenses para que vivam essa unidade (2:1). Isso parece indicar que havia a necessidade de se resolver algum problema relacionado a desentendimentos. A igreja deveria saber lidar com isso procurando “pensar” e “falar” uma mesma coisa (2:2)

I – Não gaste energia em algo que não trás edificação

    Perceba que a preocupação é de que a força dos cristãos não deveriam ser gastas em coisas que não edificam. Evódia e Síntique foram exortadas a não utilizarem seu tempo e talentos em questões que não promoviam o reino de Deus e nem produzia benefícios para a vida delas e da igreja.

a) Use suas forças para produzir unidade – A unidade é mais importante do que os interesses pessoais (2:1-4). Quando algum cristão coloca seus interesses pessoais à frente do reino e do que é bom para o povo de Deus, está invertendo os valores e não tem compreensão da importância da unidade. No entanto, quando um cristão compreende o poder que existe na unidade, descobre o valor de uma vida voltada em esforçar-se para ajudar os outros, e assim viver o evangelho na sua integridade.

b) Procure ajudar os outros – Paulo já havia destacado a ajuda que recebera da igreja de Filipos (1:1-7). Esta igreja demonstrou um cuidado especial para com o apóstolo. Agora em sua exortação, ele chama os crentes a viverem esta ajuda mútua entre si. É interessante perceber como muitas pessoas tem facilidade de ajudar os que estão distantes e de demonstrar preocupação com eles, enquanto que os de casa são tratados de qualquer maneira. A exortação para nossas vidas é ajudar uns aos outros. Fuja das discórdias, fofocas e coisas semelhantes. Use seu tempo e talentos para abençoar a vida de seus irmãos.

II - Não crie barreiras nos relacionamentos

É totalmente incoerente uma vida cristã com a desunião,e tembém, essa conduta pode trazer um mal testemunho. Não pode-se dizer que é cristão e ter práticas que confrontam esta verdade. Por isso, é importante ressaltar a necessidade de se quebrar barreiras para que haja unidade, não apenas dentro do grupo, mas sim, com todas as pessoas, com todos os membros da igreja.

a) Tipos de barreiras enfrentadas – Existem inúmeras questões que se colocam como barreiras no relacionamento. As pessoas, no mundo pós-moderno, vivem apenas na superficialidade, não há um bom diálogo, uma boa comunicação. No caso da igreja de Filipos, havia uma barreira entre duas pessoas devido a questões de relacionamento. Não se menciona o porque, porém entende-se que era algo que trazia desarmonia e atrapalhava a comunhão dos crentes. Quantas vezes, questões familiares, busca por cargos na igreja, o egoísmo, a inveja, a imaturidade levantam-se como inimigos da unidade. Shedd , falando acerca da firmeza e do bom relacionamento, traz a seguinte reflexão: “Logo que Paulo pensou na firmeza fundamental, veio-lhe a mente uma das brechas que favorecem o abalo da igreja, que é a falta de entendimento, Evódia e Síntique, valiosas cooperadoras do apóstolo no início e depois com Clemente e outros, haviam ajudado no avanço do evangelho. Mas, um desentendimento rachou a comunhão e não houve suficiente espiritualidade para concertá-la.”

b) Seja um companheiro Fiel – (4:3) – Há uma alusão de Paulo ao companheiro fiel. Este possivelmente era o nome de uma pessoa. A ele Paulo recerre pedindo que ajude aquelas irmãs que estavam com dificuldades no relacionamento. Precisamos desse tipo de pessoa na igreja. Nosso papel é conciliar, é promover a comunhão. Podemos ajudar pessoas a desfazerem-se de maus entendidos, podemos ajudar a curar as feridas entre irmãos a fim de que verdadeiramente prevaleça a comunhão, porém, sempre buscando à Deus e colocando Ele à frente de cada passo que dermos.

III – Não perca o foco da unidade

    Alguns problemas querem nos desviar do foco. Paulo ao falar à igreja de Filipos coloca-a novamente no foco. O importante era a unidade e para isto rogou às duas pessoas que estavam com dificuldades no relacionamento que se lembrassem do foco da unidade: "estejam firmes no Senhor", tenham o mesmo foco! Esta expressão tira toda pretensão de superioridade, de preferecialismo e de individualismo. O que fazemos é para o Senhor (1 Co 15.58) e é andando assim que viveremos em unidade.

a) Sentimentos renovados – A exortação de Paulo foi para que Evódia e Síntique sentissem a mesma coisa no Senhor. Esta exortação remete-nos a um ponto fundamental da unidade: a unidade é promovida no Senhor. Isto significa que somente, quando nossos corações se voltam para Deus e sua vontade, que é possivel que haja unidade. De outra forma pode-se ter “robotização das pessoas”. Elas podem até fazer as mesmas coisas e andar juntas. Porém, se os corações não estiverem voltados à Deus, serão apenas máquinas e não pessoas. Elas farão por obrigação e por imposição. Isto não é unidade. A verdadeira unidade leva a renovação dos sentimentos. O amor de Deus renova no seio da igreja o amor dos cristãos uns pelos outros e promove a ajuda mútua. Este sentimento leva à liberdade e à paz. Por isto a exortação é impactante. Somente quando as pessoas se voltam para Deus é possível acabar com a desunião e os desentendimentos. Isto leva a reconhecer a necessidade de perdão, de reconciliação e de arrependimento nos relacionamentos.

b) Trabalhando juntos – De acordo com o texto de Filipenses o caso particular dessas duas irmãs ( Evódia e Síntique) é colocado como sintoma de que havia algo errado na igreja local. Além disso, elas eram importantes no trabalho do Senhor, e tinham dado grande contribuição. Paulo então toma uma atitude muito importante: reconhece o trabalho das duas e procura ajudá-las em suas dificuldades. Trabalhar juntos na obra pode trazer alguns momentos de tensão e desentendimento. O que faz a diferença é como lidamos com isto. As mulheres citadas por Paulo não tiveram condições de lidar com a situação, no entanto, não foram despresadas e nem jogadas fora. Às vezes, devido alguns problemas achamos mais fácil trocar as pessoas, do que continuar trabalhando juntos. Aqui temos dois principios importantes para que haja unidade: Primeiro: reconheça o trabalho que as pessoas realizam para o Senhor;
Segundo: quando elas enfrentarem problemas de relacionamento ajude-as pra que continem trabalhando juntos.
A ceara é a mesma, o Senhor é o mesmo, o objetivo também é o mesmo, portanto, não podemos aceitar divisões em nossa igreja. (1 Co 1:10; Ef 4:1ss)

    Deus nos chama para vivermos unidos e viver unidos implica numa conversão completa e irrestrita à Deus.     Nenhuma unidade da igreja será verdadeira se os propósitos não forem os de Deus. Por isso, precisamos buscar discernimento e graça de Deus a fim de que não caiamos no erro de achar que números representam unidade, que aceitação representa unidade, e que domínio representa unidade. A unidade é promovida por Deus (Ef 4:1-7) nos corações dos seus servos e ela tem sentido quando cada cristão aprende a viver para Deus e para o próximo. Que possamos então dizer um BASTA à tanta coisa ruim que acontece entre nós, e que o propósito nosso seja a UNIDADE EM CRISTO.
 

 

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