Um vida de integridade

19-09-2010 21:09

 "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.    E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno." Salmos 139:23-24

Íntegro: inteiro, completo, de reputação ilibada, reto, inatacável.

    Pensar sobre integridade é se recolher do palco, do visível, para se recolher aos bastidores. Neste contexto, refletimos sobre integridade em nossa vida pessoal e a liderança que exercemos.

    Diante de tantos textos bíblicos que encontramos sobre o assunto, no Salmo 139:23,24 apresenta sua oração mais marcante na busca pela integridade. Neste é reconhecida a nossa incapacidade de auto conhecimento e que, portanto, precisamos de Deus para nos sondar. É uma oração que expressa as áreas da vida em que a luta se trava. Percebemos então, que não é nos palácios ou nas ruas, mas no coração e nos pensamentos.

    Precisamos de Deus para nos provar...  “Guia-me pelo caminho eterno”, deve ser a nossa oração a cada manhã.

    Observando o contexto de liderança eclesiástica da atualidade, em sua maioria, percebe-se uma preocupação maior com os resultados do que a fidelidade a Deus; prestigia-se mais os títulos do que a intimidade com  Deus. Esses são processos nocivos, que prejudicam, causam dano, mancham a alma, entristecem a vida e geram modelos equivocados de liderança que, infelizmente serão seguidos.

Geroge Barna: “Tire a minha integridade e terei pouco a oferecer como um representante de Cristo, como um pai de duas crianças pequenas e como um líder em minha igreja.”

1. Integridade de Coração I Sm 16:7  “Não atentes para a sua aparência...”

Quais são os critérios com os quais Jesus julga a nossa vida?

    Comumente julgamos as pessoas a partir do que vemos, valores externos, contábeis e visíveis, no lugar de julgarmos o coração. Assim cometemos a falha de muitas vezes nos encantarmos, com homens, coisas, livros e lideranças que não encantam a Deus.

    O Mundo social em que vivemos nos leva a acreditar que somos aquilo que aparentamos, nos julgando pelos títulos, realizações, influências e tantas credenciais que definem nossa aparência pública.

    No entanto, na visão do Reino, defendida por Jesus, essas roupagens jamais representarão nossa verdadeira identidade... quem de fato somos?

    Possuímos uma tendência natural de nos escondermos... somos seres fabricantes de máscaras. Construímos uma imagem que julgamos ideal para os de longe e geralmente ela não representa a verdade do nosso ser, mas uma idéia que o ser  humano tenta vender.

    Se temos sucesso na venda da imagem aos de longe, satanás nos tenta para criarmos uma imagem também aos de perto. Não raro as vezes que nos surpreendemos com alguém  bem perto de nós , de nosso círculo de amizades e relacionamentos que de repente se apresenta como portador de valores contrários a imagem que dele tínhamos.

    Como seres fabricantes de máscaras, ao chegarmos ao ponto de um engano coletivo aos de perto e de longe, nos propomos a uma nova empreitada, ainda mais ousada: enganar a nós mesmos.

    A Construção de  máscaras de engano e auto engano, é uma prática pecaminosa que nos leva para longe de uma conversa franca e necessária sobre a nossa vida. FUGIMOS DA VERDADE, um dos assuntos mais controvertidos e evitados pelo homem.

    No Reino de Deus, a verdade é o fundamento para qualquer avaliação ou auto avaliação. A palavra nos alerta que a verdade nos libertará … a ausência desta por outro lado, nos mantém cativos.

    O Auto engano, quando a psiqué humana mente para ela mesma, tentando racionalizar o pecado e a fraqueza, torna-se uma das fortes oposições à verdade.

    Por tudo isso eu o convido neste momento, a deixar cair qualquer máscara que possa ter construído  ao longo dos anos e, por acaso, esteja usando.

    Vamos nos olhar no espelho íntegro, sem reservas, na presença do Espírito do Senhor, que nos conhece e nos leva ao caminho da verdade.

    O Elemento principal com o qual Jesus nos avalia é bem menos visível,  menos contábil e certamente menos observado por aqueles que nos cercam, pois Ele nos vê no íntimo, sem máscaras, manipulações ou enganos.

    A Bíblia usa palavras como: Coração puro (Sl 51:10 “Cria em mim...”); De todo Coração (Mt 22:37 “Amarás...”); integridade do coração (Sl 78.72 “Davi apascentou-os segundo a integridade do seu coração”) e santidade ao Senhor (Ex 28:36).

    Estas passagens nos fazem entender que somos avaliados por Cristo pelas coisas do coração, e não pela nossa roupagem.

    Entendamos claramente que Jesus conhece o secreto da nossa vida.

    É certo que Ele não se impressiona com as grandes construções que levantamos, as realizações aclamadas por multidões ou teses defendidas debaixo de holofotes.

    O Carpinteiro olha direto para o nosso coração e vasculha a nossa alma. E é justamente neste campo que seremos encontrados fiel ou não.

    Integridade é um termo ligado a inteireza, espírito irrepreensível.

    De acordo com I Sm 16, entendemos que não podemos purificar nosso próprio coração: nós dependemos de Deus para ser fiel, para crer, para seguí-lo e para parecermos mais e mais com Jesus. Assim creio que o objetivo de Cristo é levar-nos tão somente a orar como o salmita: “Cria em mim...”

    As conversas de Deus com seus filhos sempre serão conversas que procuram moldar nosso caráter, e não apenas construir uma bela reputação.

    Em dias de comunicação em massa via internet, uma reputação construída em 30 anos, pode ser destruída em 30 minutos. O Caráter porém, é a verdade a nosso respeito, quem de fato somos e como o Senhor nos vẽ. Esse é o bem precioso que não podemos negociar.

    Avaliemos o nosso próprio coração e esperemos coisas novas e boas de Deus.

2. A Integridade Vai Além da Sinceridade

    A sinceridade é um comportamento da alma expresso através do reconhecimento da verdade. Em se tratando da alma humana a sinceridade por si mesma, não nos leva a uma vida íntegra e si ao reconhecimento da verdade.

    Podemos atestar nossa situação pessoal, concluir que precisamos de transformação do Espírito e mesmo assim vivermos da mesma forma, sem nenhuma mudança, por muitos anos, e infelizmente essa tem sido uma postura muito comum entre o povo de Deus.

    Integridade portanto, não é apenas convicção, é atitude transformadora e validadora. Faz-nos desejar mais do que o conhecimento teológico, a eloqüência na pregação, a retórica nas colocações. Faz-nos desejar apaixonadamente uma vida autêntica perante Cristo, mesmo quando ninguém está olhando.

    A Grande diferença entre integridade e sinceridade é a obediência. Enquanto sinceridade reconhece suas falhas e erros, a integridade se contorce, incomoda por transformação e conserto.

3. A Integridade deve Perdurar na Inconstância

    Um dos elementos do processo de superficialidade que luta contra a integridade em nossa vida é a inconstância humana.

    Sabemos que o universo em que vivemos é marcado pela inconstância derivada da imperfeição. Conseqüentemente é inconstante nosso coração. Há dias bons e maus, dias de vitória e dias de derrota, dias de alegria e de angústia... somos naturalmente inconstantes.

    Como então buscar um coração íntegro num mundo imperfeito e incerto? Primeiro precisamos crer realmente que Deus está no controle de toda e qualquer situação de nossa história pessoal. Ele detém o direito autoral de cada capítulo da nossa vida. C.S. Lewis ensinava que a certeza da nossa salvação está na imutabilidade do caráter de Deus.

    Esta é a nossa segurança: Deus não é regido pela mesma dialética inconstante do universo. OS MAIORES ERROS NÃO RESULTAM DE AÇÕES, MAS DE REAÇÕES.

    E Basicamente me três circunstâncias: diante do pecado, do sofrimento ou das críticas. Esses três vetores provocam reações que tendem a colocar em xeque a nossa integridade.

    Em geral somos treinados para agir bem, mas não para reagir bem. As reações são mais difíceis que as ações, pois, especialmente na liderança, as ações são planejadas e seguem um padrão projetado.

    Um líder porém é medido por suas REAÇÕES.  Se as ações demonstram planejamento, as reações demonstram valores.

4. A Integridade é Vista nos Detalhes

    Os detalhes destacam a integridade das pessoas. Quando conhecemos a pessoa ma informalidade do lar, no trato com amigos chegados, na conversa ao telefone. “O Pouco nos prova, como também nos expõe”.

    É portanto, no pouco dos detalhes da vida, que podemos diagnosticar em nós ou em outros, o grau de integridade.

    Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa. A informalidade nos expõe com maior freqüência, pois nos encontra em estado de espontaneidade.

5. A Integridade deve Traduzir-se em Atitudes

    Um dos maiores desafios que enfrentamos, é traduzir os nossos valores espirituais e morais para atitudes espirituais e morais.

    Calar-se: Nossa sociedade valoriza a comunicação verbal, os discursos, as respostas bem colocadas, o jogo de palavras. Se por um lado isso colabora para desenvolver uma comunicação mais ativa, por outro tem nos levado a esquecer o valor do silêncio.

    A integridade é testada na adversidade, e uma das atitudes mais comuns perante a adversidade relacional é o CONFRONTO.

    Em especial em contextos ministeriais em que as críticas de bastidores ganham a nossa atenção e somos levados a reagir de forma desproporcional, desenfreada. Geralmente falamos quando devíamos ficar calados.

    Não negociar a verdade: Há certos valores que precisam estar sempre presentes em nossa vida, relacionamentos e processo de liderança. Um deles é não negociar a verdade.

Pv 12:19 “Os lábios que dizem a verdade permanecem para sempre; mas a língua mentirosa dura apenas um instante.”

    Isso inclui de forma especial, a manipulação da verdade. Refiro-me ao evitamento da verdade para se contornar um problema ou se beneficiar de um resultado. “Sim, sim; não, não”. A verdade é um dos grandes blocos que constroem uma vida íntegra.

    Assumir a responsabilidade: Quando nos posicionamos ao lado da verdade, somos chamados a assumir responsabilidades. “Quase todas as nossas falhas são mais perdoáveis do que os métodos que concebemos para escondê-las.” (Escritor francês).

    Precisamos assumir a responsabilidade por aquilo que de fato somos responsáveis. Cuidar contra a indignação contra a igreja que naturalmente ocorre àquele que cai em pecado moral.

    É preciso tratar os sentimentos  atitudes daquele que caiu. Uma das admiráveis atitudes de Davi foi justamente assumir integralmente a sua responsabilidade quando Natan lhe disse, após falar sobre alguém que roubara a única ovelhinha do vizinho: “Tú és o homem” (II Sm 12).

    Davi não deu desculpas. Não racionalizou dizendo: outros fizeram pior do que  eu. Nem mesmo tentou explicar suas motivações. Caiu de joelhos e colocou-se nas mãos de Deus. O Coração de Davi dizia: “Sou responsável”. E ele tornou-se o homem segundo o coração de Deus.

    Que Deus nos ajude a administrar o orgulho e a vergonha, e também a humilhação, afim de assumirmos a responsabilidade pelo pecado e seguirmos em frente no perdão do Senhor que transforma.

    Cuidemos do nosso coração. O Senhor sonda nosso coração. Portanto é nossa imagem interna, e não a externa, que precisa de maior cuidado.

    Caráter é como uma árvore, e reputação a sombra. A Sombra é o que nós pensamos sobre isso(verdade) a árvore é a realidade

    A verdade a nosso respeito não está escondida em um arquivo na casa do amigo ou na nossa, está no julgamento de Deus. Nós somos quem Deus diz que nós somos. Não priorize o crescimento de sua reputação, ministério ou carreira. Priorize o crescimento do seu caráter. Reflita sobres estas verdades.

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